01 março 2006

Pequenas empresas ampliam exportações para o Japão

Bem, passado o carnaval, finalmente, vamos começar o ano...
O Projeto REDEAGENTES retomou os treinamentos e eu estou escalado para dois deles nos próximos meses.
As datas estão no link "agenda", aí ao lado.
Até lá, segue mais uma matéria, especialmente, interessante para as pequenas empresas.
Edgar


São Paulo - Com apoio da Apex-Brasil, 26 empresas brasileiras irão expor seus produtos na Foodex Japan. As micros e pequenas empresas investem cada vez mais em exportações. Este é o segundo ano consecutivo que a Icefruit Comércio de Alimentos - especializada em polpas de frutas congeladas - e a Dona Cláudia, que trabalha com derivados de milho verde como polpa do milho e a pamonha vão participar da Foodex Japan Feira Internacional de Alimentos e Bebidas.

Com faturamento de R$ 7,2 mil anual, em 2005, a Icefruit prevê para 2006, um crescimento de 20% em suas vendas externas. "Hoje Brasil é um dos maiores consumidores de polpa de acerola (80%), enquanto mundialmente temos uma porcentagem de 20% nas exportações. No Japão os produtos mais procurados são as polpas de açaí e cupuaçu. A expectativa para 2006 é de um crescimento superior a 20% nesse setor", afirma o diretor da empresa João Carlos Scarpinelli. "Conseguimos bons resultados graças à parceria com os distribuidores japoneses e também através por meio da degustação que é o nosso melhor meio de atrair o cliente", enfatiza.

Danilo César Marin Alonso, diretor da Dona Cláudia, indústria especializada na produção de derivados de milho, diz que há um ano exporta para o Japão e nesse curto espaço de tempo já conseguiu um crescimento em torno de 30%. Para 2006 a expectativa da empresa é de obter um aumento de 5% em sua vendas internacionais. Com faturamento de R$ 700 mil anual, em 2006 a empresa espera crescer 20%. "Isso porque trabalhamos com um produto muito sazonal, onde as vendas aumentam somente nos meses de junho e julho, ou seja, vendemos mais nos meses mais frios," informa Alonso.

Derivados de mel

A Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), participa pela 13ª vez da Foodex. A Conap fornece derivados de mel para o mercado japonês. Os produtos com maior demanda são os extratos alcoólicos de própolis, muito utilizados como medicamento contra o câncer, além do própolis in natura, usado para produção de cosméticos e doces. A Conap tem 35 funcionários e participa da feira, no Japão, desde de 1993.

Seu faturamento anual é de R$ 2,2 milhões e, entre 5% a 10% desse valor são investidos para agregar valor aos produtos exportados. "Hoje produzimos de 40 a 60 toneladas de mel/mês e mais 14 toneladas de própolis por mês, além de produtos agregados com extrato alcóolico de própolis (60 mil frascos/ano), esclarece Paulo Raimundo Rettore, presidente da cooperativa.

Há 15 anos no mercado a Conap, localizada em Nova Lima, Minas Gerais, possui 300 cooperados em todo o País. Rettore afirma que a expectativa é conquistar novos mercados em países como Indonésia, Coréia, Taiwan e Tailândia. Ele informa que 80% produção da empresa, como mel, própolis, pólen, geléia real, entre outros, são exportados, sendo que 70% das vendas externas seguem para o Japão.

Pimenta-do-reino

Já a Cooperativa Agrícola Mista Tomé-Açu, (Camta), do Pará, participa da Foodex Japan pela primeira vez, embora seus associados, 115 produtores de pimenta-do-reino e polpas de frutas, já exportam seus produtos há dois anos para o Japão. "Iremos à feira porque queremos fazer um contato mais direcionado com nossos clientes e fortalecer essa relação", ressalta Ivan Hitoshi Saiki, diretor-gerente da Camta.

As polpas de frutas têm sido o carro-chefe nas exportações da cooperativa, dentre eles o açaí, mas a comercialização de pimenta-do-reino para o Japão é feita há 50 anos. Toda a produção anual de pimenta (600 toneladas) é vendida ao mercado japonês e a idéia é aumentar a exportação de polpas de frutas, passando de 25% da produção para 40%. "A Camta tem faturamento anual de R$ 12 milhões e 25% desse valor é investido para agregar valor aos produtos", informa Saiki.

Neste ano, os 26 expositores brasileiros (pequenas empresas, entre eles duas cooperativas), vão expor seus produtos e fazer contatos com novos clientes e levarão à Foodex, produtos agrícolas (frescos, congelados e secos), cereais, carne (congelada e fresca), ovos e aves, produtos lácteos, peixes e frutos do mar (frescos, congelados e secos), alimentos pré cozidos, produtos dietéticos, alimentos congelados, especiarias e condimentos, óleos e azeites, produtos orgânicos, massas, pães e doces.

Outros artigos estarão presentes nessa exposição como bebidas alcoólicas (saquê, aguardente, cerveja, brandy, licor, uísque, vinhos), refresco, polpas, água mineral, café e chás. O Japão importa em torno de 60% dos alimentos que consome, o que significa um mercado consumidor em torno de US$ 44 bilhões.

Feira

A primeira edição da Foodex Japão foi em 1976. Hoje, a Feira é reconhecida mundialmente por oferecer as informações mais atualizadas e as últimas tendências em termos de alimentos e bebidas. O evento é considerado uma importante vitrine, além de ser uma excelente fonte de geração de negócios para os expositores.

A Foodex acontecerá de 14 a 17 de março em Tóquio.

A participação brasileira está sendo promovida e coordenada pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e operacionalizada pela Bäumle Organização de Feiras. A estimativa é de que a feira resulte na geração de cerca de US$ 1,5 milhão em negócios para o Brasil durante o evento e de US$ 6,5 milhões nos doze meses seguintes.

Michele Candeloro, gestora de projetos da unidade de eventos internacionais da Apex-Brasil, informa que a promoção dessas empresas em um evento de tamanha importância para o segmento é fundamental para abrir novos mercados e fortalecer relações com clientes. "O Brasil tem que aproveitar essa fatia de mercado", enfatiza.

Estratégia

Para aumentar a visibilidade das empresas nacionais na feira e ampliar a presença de produtos brasileiros no mercado internacional, a Apex-Brasil desenvolveu uma série de ações complementares, entre elas a contratação de uma barista que irá preparar drinks com produtos brasileiros para degustação, além da elaboração de convites especiais para o evento, enviados para mais de 100 potenciais importadores no Japão. Tais ações permitem reforçar a marca Brasil na Foodex e diminuir a distância dos produtos em relação à concorrência.

O evento que terá a colaboração da Embaixada do Brasil em Tóquio será realizado no Centro de Convenções Makuhari Messe em Chiba, região metropolitana de Tóquio, e terá 2,3 mil empresas expositoras de todo o mundo. A expectativa dos organizadores é de que cerca de 90 mil visitantes dos cinco continentes compareçam à feira. Em 2005, 2.262 expositores participaram da Foodex, provenientes de 76 países, que apresentaram seus produtos a 92.442 profissionais da indústria da alimentação.

Nina Hao soares
(GAZETA MERCANTIL - 24/02/2006)