Bem, passado o carnaval, finalmente, vamos começar o ano...O Projeto REDEAGENTES retomou os treinamentos e eu estou escalado para dois deles nos próximos meses.As datas estão no link "agenda", aí ao lado.Até lá, segue mais uma matéria, especialmente, interessante para as pequenas empresas.EdgarSão Paulo - Com apoio da Apex-Brasil, 26 empresas brasileiras irão expor seus produtos na Foodex Japan. As micros e pequenas empresas investem cada vez mais em exportações. Este é o segundo ano consecutivo que a Icefruit Comércio de Alimentos - especializada em polpas de frutas congeladas - e a Dona Cláudia, que trabalha com derivados de milho verde como polpa do milho e a pamonha vão participar da Foodex Japan Feira Internacional de Alimentos e Bebidas.
Com faturamento de R$ 7,2 mil anual, em 2005, a Icefruit prevê para 2006, um crescimento de 20% em suas vendas externas. "Hoje Brasil é um dos maiores consumidores de polpa de acerola (80%), enquanto mundialmente temos uma porcentagem de 20% nas exportações. No Japão os produtos mais procurados são as polpas de açaí e cupuaçu. A expectativa para 2006 é de um crescimento superior a 20% nesse setor", afirma o diretor da empresa João Carlos Scarpinelli. "Conseguimos bons resultados graças à parceria com os distribuidores japoneses e também através por meio da degustação que é o nosso melhor meio de atrair o cliente", enfatiza.
Danilo César Marin Alonso, diretor da Dona Cláudia, indústria especializada na produção de derivados de milho, diz que há um ano exporta para o Japão e nesse curto espaço de tempo já conseguiu um crescimento em torno de 30%. Para 2006 a expectativa da empresa é de obter um aumento de 5% em sua vendas internacionais. Com faturamento de R$ 700 mil anual, em 2006 a empresa espera crescer 20%. "Isso porque trabalhamos com um produto muito sazonal, onde as vendas aumentam somente nos meses de junho e julho, ou seja, vendemos mais nos meses mais frios," informa Alonso.
Derivados de mel
A Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), participa pela 13ª vez da Foodex. A Conap fornece derivados de mel para o mercado japonês. Os produtos com maior demanda são os extratos alcoólicos de própolis, muito utilizados como medicamento contra o câncer, além do própolis in natura, usado para produção de cosméticos e doces. A Conap tem 35 funcionários e participa da feira, no Japão, desde de 1993.
Seu faturamento anual é de R$ 2,2 milhões e, entre 5% a 10% desse valor são investidos para agregar valor aos produtos exportados. "Hoje produzimos de 40 a 60 toneladas de mel/mês e mais 14 toneladas de própolis por mês, além de produtos agregados com extrato alcóolico de própolis (60 mil frascos/ano), esclarece Paulo Raimundo Rettore, presidente da cooperativa.
Há 15 anos no mercado a Conap, localizada em Nova Lima, Minas Gerais, possui 300 cooperados em todo o País. Rettore afirma que a expectativa é conquistar novos mercados em países como Indonésia, Coréia, Taiwan e Tailândia. Ele informa que 80% produção da empresa, como mel, própolis, pólen, geléia real, entre outros, são exportados, sendo que 70% das vendas externas seguem para o Japão.
Pimenta-do-reino
Já a Cooperativa Agrícola Mista Tomé-Açu, (Camta), do Pará, participa da Foodex Japan pela primeira vez, embora seus associados, 115 produtores de pimenta-do-reino e polpas de frutas, já exportam seus produtos há dois anos para o Japão. "Iremos à feira porque queremos fazer um contato mais direcionado com nossos clientes e fortalecer essa relação", ressalta Ivan Hitoshi Saiki, diretor-gerente da Camta.
As polpas de frutas têm sido o carro-chefe nas exportações da cooperativa, dentre eles o açaí, mas a comercialização de pimenta-do-reino para o Japão é feita há 50 anos. Toda a produção anual de pimenta (600 toneladas) é vendida ao mercado japonês e a idéia é aumentar a exportação de polpas de frutas, passando de 25% da produção para 40%. "A Camta tem faturamento anual de R$ 12 milhões e 25% desse valor é investido para agregar valor aos produtos", informa Saiki.
Neste ano, os 26 expositores brasileiros (pequenas empresas, entre eles duas cooperativas), vão expor seus produtos e fazer contatos com novos clientes e levarão à Foodex, produtos agrícolas (frescos, congelados e secos), cereais, carne (congelada e fresca), ovos e aves, produtos lácteos, peixes e frutos do mar (frescos, congelados e secos), alimentos pré cozidos, produtos dietéticos, alimentos congelados, especiarias e condimentos, óleos e azeites, produtos orgânicos, massas, pães e doces.
Outros artigos estarão presentes nessa exposição como bebidas alcoólicas (saquê, aguardente, cerveja, brandy, licor, uísque, vinhos), refresco, polpas, água mineral, café e chás. O Japão importa em torno de 60% dos alimentos que consome, o que significa um mercado consumidor em torno de US$ 44 bilhões.
Feira
A primeira edição da Foodex Japão foi em 1976. Hoje, a Feira é reconhecida mundialmente por oferecer as informações mais atualizadas e as últimas tendências em termos de alimentos e bebidas. O evento é considerado uma importante vitrine, além de ser uma excelente fonte de geração de negócios para os expositores.
A Foodex acontecerá de 14 a 17 de março em Tóquio.
A participação brasileira está sendo promovida e coordenada pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e operacionalizada pela Bäumle Organização de Feiras. A estimativa é de que a feira resulte na geração de cerca de US$ 1,5 milhão em negócios para o Brasil durante o evento e de US$ 6,5 milhões nos doze meses seguintes.
Michele Candeloro, gestora de projetos da unidade de eventos internacionais da Apex-Brasil, informa que a promoção dessas empresas em um evento de tamanha importância para o segmento é fundamental para abrir novos mercados e fortalecer relações com clientes. "O Brasil tem que aproveitar essa fatia de mercado", enfatiza.
Estratégia
Para aumentar a visibilidade das empresas nacionais na feira e ampliar a presença de produtos brasileiros no mercado internacional, a Apex-Brasil desenvolveu uma série de ações complementares, entre elas a contratação de uma barista que irá preparar drinks com produtos brasileiros para degustação, além da elaboração de convites especiais para o evento, enviados para mais de 100 potenciais importadores no Japão. Tais ações permitem reforçar a marca Brasil na Foodex e diminuir a distância dos produtos em relação à concorrência.
O evento que terá a colaboração da Embaixada do Brasil em Tóquio será realizado no Centro de Convenções Makuhari Messe em Chiba, região metropolitana de Tóquio, e terá 2,3 mil empresas expositoras de todo o mundo. A expectativa dos organizadores é de que cerca de 90 mil visitantes dos cinco continentes compareçam à feira. Em 2005, 2.262 expositores participaram da Foodex, provenientes de 76 países, que apresentaram seus produtos a 92.442 profissionais da indústria da alimentação.
Nina Hao soares(GAZETA MERCANTIL - 24/02/2006)